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Curas milagrosas
Dr. Pedro Franco
Volto ao assunto e por certo voltarei de
novo. É o que me resta!
E remédios não aprovados pela ANVISA são vendidos
impunemente e até para incautos, que interrompem um tratamento, que daria
determinado resultado. Há que aceitar que o “marketing” destes produtos falsos é
feito com esmero e o enredo, se não é igual, em linhas gerais é o mesmo. Fazem
parte da trama ator de escol, dito parente de ser muito querido e pode variar de
doente, mãe ao pai, ou a mulher amada. O querido parente tem enfermidade
crônica, debilitante e ainda sem total cura. A Medicina melhora o paciente, mas
seus medicamentos infelizmente, ainda que melhorem os enfermos, não chegam à
cura. Então a Indústria Farmacêutica produz algo, que se não cura, melhora
males. Exemplos entre vários: Doença de Alzheimer, ou cegueira, ou doença de fato
penosa. Vamos aos “script” do remédio “milagroso”. Parente querido tem a doença,
que apresenta remédios de valor, ainda que não curem. E vem em tratamento. E eis
que pela internet aparece droga “milagrosa”. O parente afetuoso leu que na
universidade Tal e vem título, de preferência em inglês, um pesquisador descobriu
que tal conjunto de medicamentos, com título, drogas, vendido pela internet,
leva à cura. Mostram resultados, estatísticas e avisam que a Indústria
Farmacêutica, para vender seus produtos e ter lucro, não aceita o remédio
poderoso e inovador, que merece ser comprado e tomado. Avisam que comprem logo,
que a venda é importante e há poucos produtos no estoque. Estou sumarizando e
vale dizer que se os conceitos médicos são falsos, os atores merecem prêmios,
pois as performances” são de primeira. E que tem a Medicina com o embuste? Vê
doentes, que estavam sendo assistidos, se não curados, melhoravam e pararam
tratamentos válidos, para cair em embustes, ainda que bem apresentados e com
tecnologia de venda primorosa, com premissas falsas e de aparente peso. Atacam a
ganância da Indústria Farmacêutica, oh absurdo! Que fazer? Por que não se faz,
isto é, não se proíbe e prende, quem tenta enganar enfermos e famílias, que
padecem com doenças graves? Escrever alerta, só que não resolve. Que fazer?
Pedro Franco é médico cardiologista
RJ
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