16/08/2024
Ano 27
Semana 1.379

 




Arquivo

Conversa

com o paciente

 

 


 

Propaganda de medicamentos para leigos

 


Dr. Pedro Franco



Em rádios e televisões diminuiu, só que na internet ganhou relevo esta conduta indevida, tipo mal feito. É o “fake” remédio. E o remédio erroneamente recomendado pode ser muito prejudicial a determinados pacientes, que de fato precisavam ser medicados por quem de direito, o médico. Onde medicamentos devem ser vendidos? Parece lógico que só devem ser vendidos em farmácias e semelhantes, de preferência precedidas de receitas profissionais, na grande maioria das vezes vindas de médicos. Só que pseudo medicamentos e até para doenças graves e baseados em pesquisas fajutas, chegam pelos correios. São comprimidos, pílulas, drágeas, entregues pela ECT e, sem, para exemplo, a chancela oficial, a aprovação da Anvisa. E tratamentos de fato médicos, com drogas acobertadas por pesquisas honestas e cientificas, poderiam salvar o paciente, que interrompeu o esquema médico necessário, foi ao falso medicamento e a doença nefasta avançou. Outro fato que merece também ser pesado, é parar tratamento médico, ou nem começá-lo, porque parente, conhecido, curioso e até de forma errônea, contraindicou o que um profissional prescrevera. Valeu a opinião de um falso doutor, que pode até ser bem intencionado, ainda que componha a lista dos falsos doutores. A vizinha e até a comadre, “receitou” remédio, que tomou e que lhe fez bem, deixando o paciente sem a chance de procurar médico, ser tratado, ou ao menos, melhorar da sua doença. Medicina apresenta doenças parecidas em sintomas e completamente diferentes em relação ao diagnóstico e principalmente ao tratamento. E há campanhas contra vacinas, aparecem medicamentos que ficam na moda e ganham estranha e indevida notoriedade. Ouve-se muito - li no Google -, e lá vem um rol de tolices e muitas vezes o Dr. Google não careceu de críticas e a pesquisa foi mal conduzida e o paciente se prejudicou em relação ao seu bem maior, sua saúde. Muitas vezes se publica sobre um assunto, que deveria merecer conversa com seu médico. Não o tem? Lamento.
 

Pedro Franco é médico cardiologista
RJ
pdaf35@gmail.com

 

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Direção e Editoria
Irene Serra