16/04/2024
Ano 27
Semana 1.363

 




Arquivo

Conversa

com o paciente



 

 


 

O ser médico


Dr. Pedro Franco



Critica-se mais o médico que a Medicina e com motivos para tal. Ainda que não seja assim julgado, médico é apenas mais um ser humano em profissão complicada, acacianamente é humano, não é robô e merece críticas como os demais seres e profissionais. E pode estar com mãe doente, dor de dente, em crise conjugal etc, sempre deve atender bem, dar o melhor de si e não vou dizer que todos os médicos são anjinhos e merecem o paraíso. Há joio e há trigo, o que corre em todas as profissões, só que em atividade diferenciada, porque lida com o bem maior de cada um, sua sáude e até sua vida. Em todas as profissões há bons e maus, diferenciados e menos preparados e aí vem erro educacional. Estamos em março de 2024 e falam em abrir novas faculdades de Medicina, quando o correto, útil, seria equipar os hospitais de ensino, já existentes e com grandes dificuldades de manutenção, já que a Medicina é cara e com avanços técnicos cada vez mais. E com esta visão demagógica de criar novas faculdades de Medicina meia-bomba, serão jogados no mercado médicos despreparados e que tinham potencial para evoluir. No passado fui professor universitário e recebia residentes de faculdades carentes, despreparados e quando lhes foi dado suporte, tornaram-se ótimos profissionais. O que lhes faltava era uma estrutura de ensino hospitalar, e se a Medicina é onerosa, nos hospitais universitários é mais cara ainda e por motivos técnicos. Fujo de comentar o mais médicos, implantado no passado e vale avisar que no momento político não me apetecem gregos, ou troianos, até porque ainda que o homem seja um ser político, não me apraz fazer política partidária, ou ideológica, aqui, ainda que escrevedo/pensando se faça. E volto ao ser médico. Acredito que há profissões mais cansativas, só que os médicos desde o ensino, escolheram profissão complicada, sempre em evolução, em contato com bons e maus pacientes e pessoas calmas e aflitas, dóceis, amorosas ou agressivas e muitos atendidos, voltando o início da crônica, esquecem que o do jaleco branco é um ser, como outro qualquer e que naquele dia atende e com terrível dor na coluna e só não ficou em casa porque havia pacientes e que precisavam de sua arte ciência. Ainda que naquele dia esteja menos efusivo. Aceite então que não é um robô. É seu médico.  


Pedro Franco é médico cardiologista
RJ
pdaf35@gmail.com

 

 __________________________

Direção e Editoria
Irene Serra