16/06/2024
Ano 27
Semana 1.371

 




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Conversa

com o paciente



 

 


 

Conversem


Dr. Pedro Franco


E não por celular. Falo para casais, ou para os que pensam em ter relações sólidas. Certos assuntos importantes devem ser conversados, se há dúvidas, preferências e sobre qualquer tema. E certos assuntos podem, se não debatidos, ter repercussões futuras, se não foram debatidos e mais, equacionados. Vou apenas a dois exemplos e podiam aparecer em número maior. Religiosidade e sexo. Do primeiro vamos a dois amantes, que tenham religiões diferentes, ou um não a tenha. Como o religioso vai continuar com sua religiosidade e até comparecer aos ritos religiosos? Casam-se de que maneira? Se houver filhos, como será a educação religiosa dos mesmos? E tem que ocorrer em momento calmo e nada discutir durante momentos sexuais, imediatamente pré, ou pós. E chego ao ponto, que pode abalar a união. Há uma bela fase nas relações e, com ou sem amor, prevalece a paixão, com sexo de permeio e nos pródomos do amor, paixão costuma funcionar e até toldando outros assuntos, que no futuro, se conversados e resolvidos, não tornariam momentos de alcova sombrios para um dos parceiros. Parece-me que o problema já foi maior, ainda que exista e pode colocar casamentos, ajuntamentos, por terra. E me preocupo se há filhos de permeio e nessa coluna já tenho tocado no assunto crianças e descasamentos. Cuidado, crianças sofrem por não saberem quebrar lealdades. Volto ao aspecto sexual. Sei, é problema para dois e fica entre quatro paredes. Concordo, só que antes ou depois, há que ser conversado. Não foi. No embalo dos tempos iniciais foram ao vale tudo e para um, passados primórdios, paixões, ficou algo que não agrada, fere um dos parceiros. Já vi casamentos e até de dois que se amavam, acabar, pois um dos dois não tinha aceitado com satisfação uma das situações sexuais. E já estão casados, têm filhos e a parte feminina, apenas por exemplo, não deseja algo, já aceito na euforia da paixão. Muitos casais vivem bem, que moram separados. Viver bem com algo desagradável na função sexual, é caminho para divãs de psiquiatria, quando, se assuntos de cama fossem conversados e podiam, se há amor e arestas aparadas, viverem felizes, até que a morte os separe. Desagradável fechar crônica com morte, quando se falava de amor, paixão, vida sexual e abordados com o interesse que o médico sempre deve ter. Quem sabe se o escriba perdeu alguém, que muito amou e por morte. Médico não é robô. E fecho, tendo ideia de que certas situações sexuais podem empanar o amor, o sentimento a ser sempre preservado e merece mesmo ter conversa sobre a vida sexual dos dois.


Pedro Franco é médico cardiologista
RJ
pdaf35@gmail.com

 

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Direção e Editoria
Irene Serra