|
Conversem

Dr. Pedro Franco
E não por celular. Falo para casais, ou
para os que pensam em ter relações sólidas. Certos assuntos importantes devem
ser conversados, se há dúvidas, preferências e sobre qualquer tema. E certos
assuntos podem, se não debatidos, ter repercussões futuras, se não foram
debatidos e mais, equacionados. Vou apenas a dois exemplos e podiam aparecer em
número maior. Religiosidade e sexo. Do primeiro vamos a dois amantes, que tenham
religiões diferentes, ou um não a tenha. Como o religioso vai continuar com sua
religiosidade e até comparecer aos ritos religiosos? Casam-se de que maneira? Se
houver filhos, como será a educação religiosa dos mesmos? E tem que ocorrer em
momento calmo e nada discutir durante momentos sexuais, imediatamente pré, ou
pós. E chego ao ponto, que pode abalar a união. Há uma bela fase nas relações e,
com ou sem amor, prevalece a paixão, com sexo de permeio e nos pródomos do amor,
paixão costuma funcionar e até toldando outros assuntos, que no futuro, se
conversados e resolvidos, não tornariam momentos de alcova sombrios para um dos
parceiros. Parece-me que o problema já foi maior, ainda que exista e pode
colocar casamentos, ajuntamentos, por terra. E me preocupo se há filhos de
permeio e nessa coluna já tenho tocado no assunto crianças e descasamentos.
Cuidado, crianças sofrem por não saberem quebrar lealdades. Volto ao aspecto
sexual. Sei, é problema para dois e fica entre quatro paredes. Concordo, só que
antes ou depois, há que ser conversado. Não foi. No embalo dos tempos iniciais
foram ao vale tudo e para um, passados primórdios, paixões, ficou algo que não
agrada, fere um dos parceiros. Já vi casamentos e até de dois que se amavam,
acabar, pois um dos dois não tinha aceitado com satisfação uma das situações
sexuais. E já estão casados, têm filhos e a parte feminina, apenas por exemplo,
não deseja algo, já aceito na euforia da paixão. Muitos casais vivem bem, que
moram separados. Viver bem com algo desagradável na função sexual, é caminho
para divãs de psiquiatria, quando, se assuntos de cama fossem conversados e
podiam, se há amor e arestas aparadas, viverem felizes, até que a morte os
separe. Desagradável fechar crônica com morte, quando se falava de amor, paixão,
vida sexual e abordados com o interesse que o médico sempre deve ter. Quem sabe
se o escriba perdeu alguém, que muito amou e por morte. Médico não é robô. E
fecho, tendo ideia de que certas situações sexuais podem empanar o amor, o
sentimento a ser sempre preservado e merece mesmo ter conversa sobre a vida
sexual dos dois.
Pedro Franco é médico cardiologista
RJ pdaf35@gmail.com
__________________________
Direção e Editoria
Irene Serra
|