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Vida Difícil
Dr. Pedro Franco
Quem disser que sua vida
não é difícil, merece efusivos e merecidos parabéns. Quem escreve e com muitos
contatos humanos, pois sou médico com consultório há mais de sessenta anos,
também trabalhei em hospital e, graças aos céus, tenho ótima vida familiar,
acredito que posso afirmar e sem medo de errar, que viver é difícil e muito.
Mesmo se a pessoa tenta não complicar a vida. Como é fácil fazê-la ainda pior,
para familiares e conviventes! Vamos, entre milhões, citar formas de ainda mais
dificultar a vida. Ser soberbo, ter mal gênio, fumar, mesmo se forem cigarros
legais, beber em excesso, não cuidar da saúde, gostar de brigar, na política até
dando cadeirada de ferro em oponentes e por mais indesejáveis que sejam, sendo
mau, insensível, egoísta, prepotente e ficaria enchendo páginas e páginas com
ações que dificultam a vida e de tabela a vida dos conviventes e até de pessoas
queridas, muito queridas. Como vejo pai amoroso prejudicar filho, por escassez
de ações, ou excessos de mandos (como é difícil educar e equilibrar ações). Se
ternura houver, é possível tirar manchas para tolices feitas por pais. Então o
cronista sabe das coisas e não erra? Erro, só que não me vanglorio dos erros,
evito-os, vou a desculpas, quando as vejo necessárias e vivo atento para agravar
o mínimo possível os contatos humanos. E sem me esconder deles. E das
necessidades do ser humano e do profissional não me afasto. Para a conversa ter
sentido, que tal o paciente honestamente verificar se está dificultando a
existência de alguém. E sem soberbas. Faça honesta autoavaliação e, se perceber
equívocos, sem constrangimentos, mude de comportamento e, conforme o agravo vá a
desculpas. A coluna Conversa com o paciente tem a finalidade de melhorar a vida
de todos e especialmente dos pacientes. Parece conselho do Conselheiro Acácio,
ótimo tipo de Mestre Eça de Queiroz. Só que Acácio sempre ia ao óbvio. Será que
escapo?
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