01/10/2022
Ano 25
Semana 1.290






Gastronomia em volta ao mundo

BAIÃO DE DOIS e o RISI BISI

Brasil/Itália

Ângelo Pignataro

De origem portuguesa, baião de dois é um prato típico do Ceará que ficou comum em todo o Brasil. Explicando o nome: baião é um gênero de música e dança popular da região Nordeste do Brasil, derivado de um tipo de lundu, denominado "baiano", de cujo nome é corruptela. A temática do baião é o cotidiano dos sertanejos e das dificuldades da vida no local, como na canção Asa Branca que fala do sofrimento do sertanejo em função da seca. No preparo desse prato são cozidos (dançam) juntos os dois principais ingredientes, o arroz e o feijão, daí o título baião-de-dois. É um acompanhamento ideal para carnes e peixes e, quando elevado a prato principal, é acrescido de maxixe, queijo coalho, alho, cebola, cheiro-verde e carne seca ou outra.

A receita mais comum leva os seguintes ingredientes:
3 colheres de óleo ou manteiga
1 cebola grande picada
3 dentes de alho amassados
2 xícaras de feijão verde
1 xícara de arroz cru
2 xícaras de água fervente
sal, pimenta-de-cheiro, queijo coalho, creme de leite e cheiro-verde a gosto

Aqueça o óleo ou manteiga e doure a cebola e os alhos, acrescente o feijão e água apenas suficiente para cobrir o feijão. Iniciado o preparo, antes de cozinhar completamente o feijão, junte o arroz, a água fervente e a pimenta-de-cheiro. A quantidade de água fervente vai depender de sua preferência para um prato mais ou menos úmido. Estando seca a água acrescente o queijo picado em cubos. Tampe, desligue o fogo até secar completamente. Pronto para ser servido, entre com o cheiro-verde e o creme de leite.

Semelhante ao baião de dois, o risi bisi, originário de Veneza e obrigatório nas festas do padroeiro São Marcos – é um prato típico da região e se espalhou por toda a Itália. Pode ser uma minestra (sopa) ou um risoto, dependendo da umidade desejada e leva:

2 xícaras de ervilhas frescas
1 xícara de arroz cru (arbório ou agulhinha)
½ xícara de pancetta ou presunto cru
2 xícaras de caldo de galinha fervente
2 colheres de sopa de azeite extra virgem
1 copo de vinho branco seco.
1 colher de sopa generosa de manteiga

Pique a pancetta ou o presunto e refogue no azeite e vá juntando aos poucos as ervilhas mexendo cuidadosamente. Junte o arroz e o vinho continuando a mexer para que evapore todo o álcool e o arroz absorva o óleo. Coloque o caldo de galinha aos poucos, dois dedos acima da mistura, mexendo sempre até ferver. Tampe e, em fogo baixo, espere secar ou transformar em uma sopa grossa. Finalmente misture a manteiga, pulverize pimenta do reino (a gosto), salpique salsa picada e sirva bem quente. Dois pratos gêmeos, não?
 

Ângelo Pignataro, designer e especializado em Museologia,
é um dos fundadores do Festival Gastronômico de Tiradentes.
BH-MG

 


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Direção e Editoria
Irene Serra