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Hora do Almoço
É possível se
alimentar bem, comendo num self-service?
Até
meados dos anos 80, eram raras as opções para quem precisava almoçar fora de
casa. As alternativas restringiam-se aos restaurantes com serviço à la
carte, lanchonetes ou pequenos estabelecimentos comerciais que ofereciam o
prato feito, o popular “PF”. Estas alternativas deixavam a desejar pelo
preço ou pela demora no atendimento. O cenário começou a mudar com a
instalação de redes de fast-food e o surgimento dos restaurantes
self-service por quilo. Esta última opção permitiu ao consumidor escolher
entre vários pratos de saladas, carnes e massas, pagando apenas pelo seu
consumo individual. Foi uma mudança de comportamento que alterou a hora do
almoço nas grandes cidades.
Hoje, o ramo dos self-services é
bastante disputado. De acordo com o Sebrae-SP, existiam, em 2005, cerca de
800 mil estabelecimentos deste tipo no país - o dobro do registrado em 2000
- 2,5 mil restaurantes por quilo somente na capital paulista.
Em
duas décadas, o brasileiro passou a contar, na hora do almoço, com uma opção
de alimentação prática, saudável e econômica. Mas foi em 1984 que surgiu o
primeiro restaurante no mundo oferecendo refeições a quilo, uma invenção do
chef mineiro Fred da Mata Machado. De Belo Horizonte, a novidade ganhou todo
o país e hoje já está tão incorporada ao dia a dia dos brasileiros que muita
gente desconhece a história por trás dessa invenção nacional. Em Belo
Horizonte, atualmente, há cerca de 60 mil estabelecimentos desse tipo.
Almoçar no
self-service é a primeira opção para quem quer fazer uma refeição rápida,
porque a comida servida é boa, já está pronta e tem um preço médio atrativo,
independentemente do cardápio. Estes restaurantes também buscam oferecer
todos os grupos de alimentos, com várias opções de frutas e hortaliças,
carboidratos e proteínas de origem animal e vegetal, preparados de diversas
maneiras, indo desde o grelhado ao empanado, possibilitando uma escolha de
alimentação saudável, de acordo com as preferências e as necessidades
nutricionais de cada um.
A
recomendação é que antes de se servir, a pessoa deve dar uma olhada em todas
as opções disponíveis, saladas, pratos quentes e sobremesas, possibilitando
assim a escolha de um alimento de cada grupo e evitando os excessos diante
de opções tão variadas.
Como escolher? Orientações para que a
escolha dos alimentos no restaurante self-service possa se tornar uma
refeição balanceada:
(1) Para montar um prato equilibrado devemos
iniciar com uma salada bem variada de folhas e legumes ocupando metade do
prato, ficando a outra metade reservada à uma opção de carboidrato (arroz,
batata ou massas), proteína (soja, peixe, frango ou carne vermelha) e
leguminosa (feijão, grão de bico, ervilha ou lentilha). “Não é recomendável
se servir duas vezes, pois corremos sempre o risco de consumir grandes
volumes de alimento devido à variedade de oferta.
(2) As proteínas
de origem animal são sempre bem vindas, principalmente as opções menos
gordurosas, uma vez que esses alimentos trazem consigo a maior parte da
gordura da refeição. Diferente do que pensam muitas pessoas, elas são ricas
em calorias. Peixe, frango ou carne, o que importa mesmo é a escolha da
carne vermelha mais magra, uma vez que esta é rica em gordura saturada e a
observação das formas de preparo, devendo ser evitados os molhos gordurosos
como o madeira e o estrogonofe, as frituras, principalmente, empanadas como
o peixe à doré, o bife à milanesa e as diversas preparações de frango
recheadas com farofa, bacon e queijos. Para atender às recomendações de um
cardápio variado, a melhor opção seria a escolha de um tipo de carne para
cada dia da semana.
(3) O peso do prato não é tão importante, basta
analisarmos dois exemplos, onde um deles mais pesado pode ser muito mais
saudável e menos calórico do que outro mais leve:
Prato 1 – duas
colheres de arroz, uma concha de feijão, legumes refogados e uma sobrecoxa
de frango;
Prato 2 – uma colher de salpicão de frango, um pastel de
carne e outro de queijo, um pedaço pequeno de linguiça calabresa e uma
colher de farofa.
Apesar da primeira opção ter quase o dobro do peso
da segunda, ela é muito menos calórica e muito mais saudável.
(4)
Diante de diferentes tipos de massa, prefira as sem recheio, do tipo
espaguete ou nhoque, tendo cuidado na escolha dos molhos, uma vez que,
muitas vezes, estes são mais calóricos do que a própria massa, como é o caso
do molho à bolonhesa, quatro queijos e certos molhos brancos enriquecidos
com nozes, castanhas e embutidos. Uma boa opção de molho é o de tomate
fresco. Depois de tantos cuidados, não abuse do queijo parmesão;
(5)
Para temperar as saladas, procure não ceder à tentação dos molhos prontos,
utilize o vinagrete, o shoyo e o vinagre balsâmico. Cuidado também com o
excesso de azeite, pois, apesar de saudável e “da famosa gordura boa”, ele é
tão calórico quanto a banha de porco;
(6) Impossível convencer as
pessoas a não ingerir líquidos durante as refeições. Parece até que se
tornaram parte do cardápio. Se for água ou refrigerantes light ou diet, o
problema não são as calorias, mas a interferência no processo digestivo,
tornando-o mais lento e difícil. Sempre que possível, evite a ingestão dos
350 ml de líquido gasoso das latas de refrigerante, dividindo-os com alguém.
(7) A ingestão de sal é sempre maior quando comemos fora de casa.
Sabendo disso, evite adicionar sal à salada e abra mão de frios, como
presunto e queijos amarelos, azeitonas, alcaparras e preparações gratinadas.
No caso dos hipertensos, esses cuidados devem ser redobrados;
(8) Se
uma sobremesa fizer parte do pacote do almoço, lembre-se que uma gelatina
tem o mesmo valor calórico que um bombom. Se existir uma preocupação em
perder ou manter peso, faça a opção pelas frutas e deixe o doce ou o sorvete
para o final de semana;
(9) Não há nenhuma vantagem nutricional na
opção pelos restaurantes self-services que oferecem apenas alimentos
orgânicos;
(10) Alem do sabor da comida, é importante observar a
limpeza do ambiente, dos pratos, dos talheres, do uniforme dos funcionários,
assim como a proteção dos seus cabelos. Os consumidores também devem ser
orientados a evitar conversas durante o ato de servir o prato devido à
possibilidade de contaminação das travessas de alimentos pelas gotículas de
saliva. As mulheres, em especial, deveriam evitar mexer em seus cabelos,
próximo ao balcão de alimentos. Os demais consumidores agradecem.
(11) Devido à grande variedade de saladas e preparações, os restaurantes
self-service possibilitam perfeitamente o consumo de uma dieta de baixas
calorias, variada e completa em nutrientes. Basta saber escolher e resistir
às muitas tentações calóricas ao longo do trajeto de nossas bandejas.
Fonte: Centro Integrado de Terapia Nutricional
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