16/09/2023
Ano 26
Semana 1.335





Vinho rosé

 

Depois de ser esquecido por um tempo, o rosé volta às mesas e chama a atenção. A prova disso é que no ano de 2006, o consumo dos rosados teve um aumento de 60%.

A sommelier Fernanda Vianna, acredita que “hoje existe uma evolução do paladar. Os brasileiros em geral, mulheres e homens, passaram a conhecer e degustar mais vinhos, mesmo os mais estruturados e, aqueles que eram desagradáveis para as mulheres já estão sendo apreciados”.

O rosé já foi classificado como um “vinho inacabado”, mas a verdade é que ele tem identidade própria. Sua fabricação é a mesma de um tinto, o que muda é o tempo de contato com as cascas das uvas que, nesse caso, é menor. Este processo o deixa com uma coloração que varia entre tons de rosa pálido, passando por um salmão alaranjado, até a tonalidade cereja forte.

Durante muito tempo o rosé foi caracterizado como uma bebida feminina, mas esse quadro está mudando com o passar dos anos. “Ele é agradável para nós mulheres, pois tem uma cor linda, delicada e não é tão seco quanto os brancos. Muitos homens morrem de vergonha de serem vistos bebendo um rosé enquanto nós desfilamos orgulhosas com uma taça na mão”, afirma Vianna. Outros especialistas destacam que os bons rosés devem ser delicados, fragrantes e refrescantes, características que combinam com a personalidade feminina.

Este sucesso dos rosés vem destruindo alguns mitos como o de ser um vinho feminino ou de quem não conhece. A sommelier afirma que o vinho rosé “é uma opção da mulher inteligente que não se atrela aos clichês do passado, uma mulher que busca maximizar os prazeres gustativos, aberta às novidades e pronta para enfrentar barreiras e imposições estereotipadas”.

O rosé prova que se adapta ao universo feminino também por outra característica peculiar: a versatilidade. Fernanda conta que o rosé harmoniza de forma perfeita com os pratos leves e os mais estruturados com molhos e temperos apimentados. “Carnes frias e embutidos deixariam qualquer branco parecer uma água gelada, enquanto um rosé destaca os sabores e aromas desses frios, deixa uma leve adstringência e ainda ajuda a lavar a boca da gordura e das proteínas, deixando-a preparada para mais um bocado”, completa.

O consumo de vinho é um hábito muito antigo. Os primeiros registros da bebida datam de aproximadamente 5200 a.C. Na mitologia greco-romana acredita-se que Dionísio (para os gregos) ou Baco (para os romanos) é o deus do vinho, por ter descoberto as vinhas e ensinado o cultivo das videiras e arte de fabricar o vinho aos mortais. Ele também é considerado o deus da colheita e da fertilidade, daí a associação do vinho às mulheres.


RT, 10/02/2007