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Vinho rosé
Depois
de ser esquecido por um tempo, o rosé volta às mesas e chama a atenção. A prova
disso é que no ano de 2006, o consumo dos rosados teve um aumento de 60%.
A sommelier Fernanda Vianna, acredita que “hoje existe uma evolução do
paladar. Os brasileiros em geral, mulheres e homens, passaram a conhecer e
degustar mais vinhos, mesmo os mais estruturados e, aqueles que eram
desagradáveis para as mulheres já estão sendo apreciados”.
O rosé já foi
classificado como um “vinho inacabado”, mas a verdade é que ele tem identidade
própria. Sua fabricação é a mesma de um tinto, o que muda é o tempo de contato
com as cascas das uvas que, nesse caso, é menor. Este processo o deixa com uma
coloração que varia entre tons de rosa pálido, passando por um salmão
alaranjado, até a tonalidade cereja forte.
Durante muito tempo o rosé
foi caracterizado como uma bebida feminina, mas esse quadro está mudando com o
passar dos anos. “Ele é agradável para nós mulheres, pois tem uma cor linda,
delicada e não é tão seco quanto os brancos. Muitos homens morrem de vergonha de
serem vistos bebendo um rosé enquanto nós desfilamos orgulhosas com uma taça na
mão”, afirma Vianna. Outros especialistas destacam que os bons rosés devem ser
delicados, fragrantes e refrescantes, características que combinam com a
personalidade feminina.
Este sucesso dos rosés vem destruindo alguns
mitos como o de ser um vinho feminino ou de quem não conhece. A sommelier afirma
que o vinho rosé “é uma opção da mulher inteligente que não se atrela aos
clichês do passado, uma mulher que busca maximizar os prazeres gustativos,
aberta às novidades e pronta para enfrentar barreiras e imposições
estereotipadas”.
O rosé prova que se adapta ao universo feminino também
por outra característica peculiar: a versatilidade. Fernanda conta que o rosé
harmoniza de forma perfeita com os pratos leves e os mais estruturados com
molhos e temperos apimentados. “Carnes frias e embutidos deixariam qualquer
branco parecer uma água gelada, enquanto um rosé destaca os sabores e aromas
desses frios, deixa uma leve adstringência e ainda ajuda a lavar a boca da
gordura e das proteínas, deixando-a preparada para mais um bocado”, completa.
O consumo de vinho é um hábito muito antigo. Os primeiros registros da
bebida datam de aproximadamente 5200 a.C. Na mitologia greco-romana acredita-se
que Dionísio (para os gregos) ou Baco (para os romanos) é o deus do vinho, por
ter descoberto as vinhas e ensinado o cultivo das videiras e arte de fabricar o
vinho aos mortais. Ele também é considerado o deus da colheita e da fertilidade,
daí a associação do vinho às mulheres.
RT, 10/02/2007
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