01/04/2025
Ano 28  Nº 1.250









 

Alimentação Funcional e Nutracêutica


Alimentos funcionais são alimentos convencionais  (mais em conta financeiramente, pois são produzidos em grande escala) que têm componentes naturais ou adicionados e devem ter propriedades benéficas adicionais sobre a saúde do corpo, além das nutricionais básicas, mesmo quando apresentados na forma de alimentos comuns. São consumidos em dietas convencionais, mas demonstram capacidade de regular as funções corporais de forma a auxiliar na proteção contra doenças como hipertensão, diabetes, câncer, osteoporose e coronariopatias.
Podem ser enriquecidos ou fortificados e são mais associados à nutrição do que à farmacologia. Esses alimentos, se consumidos regularmente num padrão alimentar normal como parte de uma dieta regular, variada e equilibrada, podem trazer ganhos específicos graças à presença de ingredientes fisiologicamente saudáveis.

Desta forma, inserem-se no conceito de alimentos funcionais todos os alimentos que, em virtude da presença de um ou mais compostos biologicamente ativos, afetem positivamente uma ou mais funções fisiológicas do organismo, seja melhorando o estado de bem-estar físico e (ou) psicológico, seja reduzindo o risco de determinada doença.
Os alimentos funcionais fazem parte de uma nova concepção de alimentos lançada pelo Japão na década de 80. O programa de governo japonês tinha o objetivo de desenvolver alimentos saudáveis para a população que apresentava uma grande expectativa de vida.

 


Diversos fatores têm contribuído para o desenvolvimento dos alimentos funcionais. Entre eles, o aumento da consciência dos consumidores que desejam melhorar a sua qualidade de vida e optam por hábitos saudáveis.
Os alimentos funcionais não são cápsulas nem comprimidos ou qualquer outra forma de suplemento alimentar. Aos compostos fisiologicamente ativos se atribui a designação de ingredientes funcionais.
Alguns exemplos de ingredientes funcionais de alimentos funcionais incluem: fibras alimentares, minerais, esteróis vegetais, vitaminas, biopidos, probiótios, prebióticos, antioxidantes,...
Alho, chocolate, castanhas, amendoim, linhaça, óleo de peixe, banana, acerola, abacaxi, soja, aveia sardinhas, uvas vermelhas, suco de laranja, salada com ômega-3 são alguns exemplos que podem ser benéficos, lembrando que se consumidos da maneira correta e em quantidades adequadas.
 
Os nutracêuticos são produtos que contêm um ou mais ingredientes biologicamente ativos (fibras dietéticas, ácidos graxos poliinsaturados, proteínas, peptídios, aminoácidos ou cetoácidos, vitaminas antioxidantes e outros antioxidantes, ômega 3, licopeno, resveratrol, fitoesteróis, probióticos,  minerais...) que foram isolados ou purificados de alimentos, sem adição de componentes sintéticos, e que são comercializados sob a forma de preparações medicinais, sendo utilizados para suplementar a dieta, incluindo a prevenção e/ou tratamento da doença. O objetivo é estimular o organismo a criar defesas mais eficazes e fortalecer o sistema imunológico.
O termo nutracêutico vem de nutri de “nutriente” e cêutico de “farmacêutico, ou seja, ao mesmo tempo que nutre faz bem à saúde. Foi em 1989 que a Fundation For Innovation in Medicine buscou desenvolver esse tipo de produto que pode abranger desde os nutrientes isolados, suplementos dietéticos na forma de cápsulas e comprimidos, pó ou outras preparações, até os produtos projetados, os herbais e os alimentos processados, como cereais, sopas e bebidas, nunca assumindo, no entanto, a forma de alimento. 
O termo nutracêutico refere-se, portanto, à substância bioativa isolada e adicionada aos alimentos como ingrediente funcional, contribuindo para o aumento do valor agregado.

A utilização dos nutracêuticos é bem-vinda, pois eles são mais “direcionados” para solucionar um problema em questão:
Quando é difícil obter o efeito terapêutico só pela alimentação: ou por não termos fácil acesso ao alimento, ou por ele precisar ser consumido em quantidades descomunais para que os benefícios sejam aproveitados.
Em casos de doenças e disbioses: baixa imunidade, doenças e/ou desequilíbrios da flora intestinal atrapalham o bom funcionamento do intestino, que pode ter dificuldades em absorver bem os nutrientes da alimentação. Então, mesmo que a pessoa esteja com uma dieta relativamente saudável, os nutrientes podem não estar sendo aproveitados pelo organismo. Paralelo a um tratamento adequado para cuidar desse intestino, os nutracêuticos ajudarão na carência desses nutrientes, já que contêm doses concentradas das substâncias e geralmente uma biodisponibilidade (facilidade de absorção) ótima.
Quando há necessidade de um objetivo específico: perder peso, melhorar a articulação, controlar a glicemia, diminuir a queda capilar...
Além disso, há também os casos de pacientes que não apresentam uma patologia, mas apenas desejam um aprimoramento de suas próprias versões – como melhora de performance em treinos, aumento de massa magra ou rejuvenescimento da pele. Estes também podem ser beneficiados pela ação dos tais suplementos.

Alimentos funcionais x nutracêuticos:
Para explicar de forma bastante clara a diferença entre nutracêuticos e alimentos funcionais, tome como exemplo: o tomate é um alimento funcional. Uma cápsula contendo licopeno, um componente extraído do tomate (potente antioxidante que protege as células contra os efeitos prejudiciais do radicais livres),  é um nutracêutico.
Ao comer o tomate, você ingere uma quantidade “x” de licopeno. Mas é somente através do nutracêutico, ou seja, do licopeno extraído e com dosagem concentrada e padronizada, que você tem um controle da quantidade que está sendo ingerida e assegura o aproveitamento dos seus benefícios (cardioprotetor, anti-idade, anti-câncer etc).
Frutas cítricas como a laranja, o limão, o kiwi e o morango, são fontes de Vitamina C. Por isso, é comum a indicação dessas frutas para melhorarmos as taxas da vitamina no corpo. E esse pensamento está correto, porém, quando temos um objetivo específico – como a cura de um resfriado e aumento de imunidade –, é válido averiguarmos a possibilidade da suplementação, como Vitamina C em cápsulas. Dessa forma, temos certeza que estamos consumindo a quantidade ideal para proporcionar os efeitos terapêuticos desejados.

Há uma crença de que o que é natural não faz mal, porém não podemos esquecer que tudo em excesso pode prejudicar o organismo. Justamente pela alta concentração de componentes, é necessário cuidado para escolher e consumir nutracêuticos e esse é o motivo de ser tão importante um acompanhamento com o médico ou nutricionista, que poderá instruir sobre quantidade e tempo de uso de cada medicamento.

Tire suas dúvidas sobre nutrição! Diga-nos o que gostaria de saber!








Direção e Editoria
Irene Serra